Mercado imobiliário deve crescer 5,4% ao ano até 2029
Um estudo realizado pela Mordor Intelligence avalia que o mercado imobiliário brasileiro deve crescer 5,4% ao ano até 2029, passando dos atuais US$ 59,61 bilhões em valor de transação, para US$ 77,54 bilhões. O levantamento projetou as informações com base em análises de mercado obtidas entre 2019 e 2023.
Nesse período, a pesquisa concluiu que após o período de recessão em 2020, causado pela pandemia de covid-19, o mercado imobiliário brasileiro melhorou significativamente, superando a recessão econômica, particularmente no setor residencial. Nos primeiros quatro meses de 2021, no Rio de Janeiro, foram vendidas cerca de 13.012 casas, ante 8.738 no mesmo período de 2020. Já em São Paulo, foram vendidas pouco mais de 5,5 mil casas em 2021, quase o mesmo número do ano anterior.
O levantamento também mostrou que o mercado imobiliário de luxo, com procura de propriedades com valor superior a R$ 2 milhões, registrou um aumento expressivo, subindo para 3,2% em São Paulo e para 10% no Rio de Janeiro. O perfil do consumidor moderno mudou após a revolução digital, fazendo com que tome decisões mais seguras e mais embasadas na hora de escolher um imóvel, apoiado principalmente pelo volume de informações que possui e pela vasta oferta de empreendimentos.
São Paulo e o movimento do mercado de escritórios de alto padrão
São Paulo é uma cidade dinâmica e que cresce, muitas vezes, sem planejamento estruturado. Ao longo do tempo, como principal centro econômico do país, a capital paulista tem passado por transformações no mercado imobiliário corporativo que são reflexo de seu adensamento e de seu amadurecimento.
Em 2013, quando a JLL iniciou o mapeamento da ocupação corporativa nos modelos atuais, a cidade possuía 3,4 milhões de m² de escritórios de alto padrão, divididos em 12 regiões, sendo cinco delas em eixos nobres, como Faria Lima e Paulista. Esse volume representava 28% do estoque total da cidade.
Já em 2017, o alto padrão alcançou 5,1 milhões de m², 31% do estoque. A quantidade de eixos monitorados subiu para 15, com a criação da JK, por exemplo, que foi apartada de outras regiões da qual fazia parte e passou a ser analisada separadamente, bem como a divisão das marginais em áreas independentes (Central, Norte e Sul).
Agora, em 2024, chegamos a 19 eixos mapeados. Passaram a integrar o mapa da cidade, por exemplo, Rebouças e o miolo Vila Madalena/Pinheiros, classificadas como regiões secundárias. Nas primárias – as mais nobres –, dividimos a Faria Lima em duas partes e separamos a Berrini da Chucri Zaidan. Um ponto interessante se deve ao volume registrado como alto padrão na cidade. Atualmente, são 4,5 milhões m². Essa “redução” se deve, na verdade, às reclassificações de edifícios. Alguns empreendimentos mais antigos não se atualizaram com o passar do tempo e acabaram perdendo espaço para prédios mais modernos dentro do que se entende por alto padrão (tamanho da laje, modelo de condicionamento de ar, geradores, desempenho sustentável etc.).
Apartamentos de luxo e custo da mão de obra impulsionam preço de imóveis em Goiânia
A disparidade entre a oferta e a demanda impulsiona a valorização dos empreendimentos. Segundo o Índice FipeZAP de Venda Residencial, divulgado pelo DataZAP+, Goiânia é a capital brasileira com a maior alta nos últimos 12 meses. A variação acumulada de 14,20% no período elevou o preço do metro quadrado na região a R$7.496 e se destaca especialmente nas regiões mais caras da cidade.
A valorização de 5,40% no valor dos imóveis em 2024, apontada pelo último Índice Fipe ZAP, reforça este sentimento. Apesar disso, a cidade tem apenas o 19º metro quadrado mais caro do Brasil, ainda atrás de municípios como Osasco (SP), São José (SC) e Vila Velha (ES). Melazzo sugere um movimento de valorização de Goiânia puxado pelas regiões mais procuradas da cidade.
A tendência é que o preço médio dos imóveis lançados nos bairros nobres da capital (Bueno, Marista, Oeste e Jardim Goiás) atinja rapidamente o valor de metro quadrado superior a 11 mil reais, sendo que aqueles que serão lançados na orla dos parques e/ou praças poderão superar o valor de R$ 18 mil.
Para efeitos de comparação, o preço médio no Itaim Bibi, bairro mais caro de São Paulo, é R$17.354; e no Leblon, bairro mais caro do Rio de Janeiro, está avaliado em R$23.145. Ele acredita que o nascimento de projetos inovadores, com tecnologia, fachadas atemporais e responsabilidade socioambiental vão fomentar o mercado para que o setor continue crescendo.