Por que a queda dos juros ainda não chegou no financiamento imobiliário?
O corte da taxa Selic para 12,25% após a última atualização do COPOM ainda não chegou nos juros do financiamento imobiliário e vem sendo pauta entre especialistas de qual é o momento certo para comprar imóvel.
No Boletim Focus, divulgado nesta segunda – feira, 13, manteve a expectativa da Selic para o final de 2023 em 11,75% e em 9,25% ao final de 2024, e especialistas afirmam que os reflexos no financiamento imobiliário será mais perceptível com a Selic abaixo de um dígito.
Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e sócio do Tapai Advogados, explica que o mercado de crédito demanda algum tempo de maturação para observar uma alteração nas taxas de financiamento.
Já para Peixoto Accyoli, CEO e Presidente da RE/MAX Brasil, outros fatores que vão além da Selic precisam ser levados em consideração para que as taxas de financiamento fiquem mais baratas. Isso porque o dinheiro para o financiamento imobiliário vem, em grande parte, da poupança, que segundo dados da ABECIP, em 2023 teve uma redução de 16% comparado ao ano anterior.
E aí vem a pergunta, é hora de comprar imóvel ?
Para os especialistas, há alguns fatores além da taxa de juros para avaliar se é o momento ou não de comprar um imóvel, porém pensando financeiramente, com a Selic ainda em alta, é mais vantajoso investir o dinheiro. Além disso, o Banco Central já aponta para novos cortes, o que pode somar à decisão de aguardar para realizar a compra.
Variação de aluguel sobe em Outubro
A variação de locação de imóveis teve uma alta em Outubro de 1,80%, após ter uma queda de 1,74% em Setembro, de acordo com o índice de variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), além de ter um aumento de 7,43% em 12 meses.
Os resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, São Paulo teve um recuo de 0,34% em Setembro para uma queda de 0,75% em Outubro. Já o Rio de Janeiro, o índice foi de um aumento de 1,08% para uma redução de 1,65%, enquanto Belo Horizonte, de uma redução de 0,02% para alta de 1,17%; e em Porto Alegre, de recuo de 6,83% para aumento de 8,67% no período.
O Economista da FGV, André Braz, afirmou que a inflação em 12 meses de aluguel mensurada pelo IVAR é possível que continue operando acima da inflação média.
quatro capitais que integram o índice da FGV. E ao explicar a aceleração no Ivar na evolução mensal, Braz comentou que a variação mês a mês do indicador é muito volátil.
O setor de aluguel é uma parte da economia de serviços com forte persistência inflacionária e mesmo com o corte na taxa Selic que norteia os juros do mercado, em geral o setor ainda está atuando em alta, inclusive em relação ao crédito imobiliário.
O Mercado imobiliário e o desafio verde
O Mercado imobiliário vem analisando possibilidades para inovar na sustentabilidade, e essa mudança nas práticas não é apenas por causa da pressão climática, mas também pensando em uma decisão econômica sólida, onde prédios mais eficientes têm menos custos para operar e são mais atraentes para investidores.
Atualmente, considerando todo o ecossistema que opera no mercado imobiliário, eles são responsáveis por 42% das emissões de carbono relacionadas à energia, quase o dobro dos gases de efeito estufa que os transportes emitem.
E pensando em possibilidades para diminuir esse percentual, empresas do ramo de construção civil estão com algumas alternativas mais sustentáveis, como:
- Telhas ecológicas: Fabricadas a partir de fibras naturais ou materiais reciclados, que são uma opção mais leve e menos impactante ao meio ambiente.
- Vidros Inteligentes: com funcionalidades que vão desde o bloqueio de raios UV até a capacidade de gerar eletricidade por meio de células fotovoltaicas integradas que contribuem para a eficiência energética.
O Mercado imobiliário mais sustentável vem também com grandes desafios, como a necessidade de modernizar os ativos antigos, por exemplo, não é apenas uma questão de regulamentação, mas também um diferencial competitivo, onde empresas que não se adaptarem correm o risco de ter seus edifícios mais obsoletos e de pouca atratividade no mercado.
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